17 de julho de 2025
As Três Esferas da Governança em Empresas Familiares
Por Ivana Carozzo | Co-fundadora e Presidenta do Conselho da Carozzo Desenvolvimento Imobiliário
“Empresas familiares não fracassam por falta de competência empresarial, mas por falta de preparo familiar.”
— John L. Ward
A perenidade de grupos familiares não se sustenta apenas na excelência operacional ou na força comercial. Ela depende de um equilíbrio estrutural entre três esferas que coexistem — e, muitas vezes, colidem: Empresa, Família e Propriedade.
1. A Esfera da Empresa
É o núcleo da operação, da estratégia e da entrega de resultados.
Mas em um contexto familiar, exige salvaguardas adicionais: conselhos independentes, critérios técnicos de tomada de decisão e rotinas que garantam profissionalismo e continuidade, especialmente em momentos de transição geracional.
2. A Esfera da Família
É onde vivem os valores, o legado emocional e a identidade da organização.
No entanto, quando relações familiares interferem diretamente na gestão, podem comprometer decisões estratégicas.
A governança familiar atua com protocolos, fóruns estruturados e acordos claros para que o afeto não se transforme em ruído — e sim em alinhamento.
3. A Esfera da Propriedade
É o pilar que sustenta o capital, os direitos societários e o controle acionário.
Disputas por liquidez, sucessão desorganizada ou ausência de acordos entre sócios são riscos reais quando essa dimensão não é tratada com a devida robustez jurídica.
Holdings, conselhos patrimoniais e planejamento sucessório são instrumentos-chave para proteger o patrimônio coletivo.
O Verdadeiro Papel da Governança
Governança não é sobre controle — é sobre clareza, continuidade e legado.
É o que permite que cada esfera funcione com autonomia, mas sem isolamento.
É o que transforma possíveis conflitos em decisões maduras e sustentáveis.
E na sua empresa?
Essas esferas já conversam entre si de forma estruturada? Ou as decisões ainda dependem da intuição e da boa vontade?